terça-feira, 29 de setembro de 2009

SOS Blogueir@s experientes

Ontem fui deitar muito brava comigo mesma. Vejam se não tenho razão. Havia escrito uma crônica que me soou “deliciosa” e quando fui postá-la no blog, ao acionar o famoso “Ctrl c”, acredito que meu dedo tenha derrapado, pois apareceu apenas o “c” na tela e a crônica, 'puff' , se esvaiu! Fui procurá-la na lixeira, na pasta “Blog” (onde eu pensei que a havia salvo) e nada... ela simplesmente se foi.
Que terá acontecido? Pra mim é um mistério (ou um castigo pela pretensão, já que havia gostado do que escrevera). Seria um “autoflagelo” inconsciente ou mera incompetência informática? Enfim, como não consigo me deixar abater pelas circunstâncias, vou tentar reproduzi-la, embora saiba que nunca mais será a mesma.

“De volta à casa, após participar do Seminário de Servidores Públicos em Guarujá e, abrandada a saudade dos meus amores, fui arrebatada pelos ‘finalmente’ de minha participação na Coletânea sobre a Mulher, pela leitura de alguns outros ensaios que comporão a obra e de minha última aquisição: Arriscar o Impossível – Conversas com Zizek.
Mas, o tempo passa (ou nós passamos) muito rápido e, quando me dei conta, já lá se iam nove dias sem que eu me dedicasse à “menina de meus olhos”: o blog. A metáfora, aliada aos ecos dos clamores dos discriminados – em especial as mulheres e os servidores públicos – que me atormentaram nos últimos dias, fruto das palestras e leituras, me transporta, imediatamente, ao campo das elucubrações.
Qual o papel que nos cabe, a nós blogueir@s, viajantes virtuais, diante das flagrantes (reais) injustiças a que são submetidos desde sempre os excluídos (da sorte, da cidadania, da vida, enfim)? Qual a nossa responsabilidade sócio-cultural, privilegiados que somos por ter esse espaço à nossa disposição? Como fazer jus ao interesse e anseios de tantos amigos virtuais, anônimos ou (re)conhecidos, que dispõem de seu tempo para ler nossos blá,blá,blás e, generosamente nos incentivam com seus comentários?
De que valem os arroubos filosóficos e os insights literários, se não puderem ser utilizados em benefício do próximo? Afinal, quem é nosso “próximo”: aquele vizinho do “bom dia” lacônico (distante), que nada sabe a respeito de nossos sonhos e sofrimentos, ou todos aqueles irmãos e irmãs com quem os compartilhamos (aos sonhos, etc), independente da lonjura física? Como “domar” nossa conquista do virtual, inserindo-lhe componentes de concretude? Ou, melhor dizendo, como...
Em pleno clímax da inspiração, sou chamada à realidade por minha conselheira, Dª Nena, cuja paciência se esgotara e que impõe um ‘basta’ ao ‘surto filosófico’: - “Melhor mesmo seria você acabar com esse jogo de palavras e tratar de ser mais objetiva. Esqueceu que esta é uma mera crônica e não um tratado filosófico?”. Flagrada uma vez mais, tento argumentar: - “Você sempre me interrompe na hora “h”. Eu apenas estava querendo trazer à baila a ideia de Zizek de que em nossa vida cotidiana nos vemos obrigados a enfrentar problemas filosóficos. Está lá, na página 118, é só confirmar”.
A seguir, esquecida da capacidade (virtual ou real?) de todo alter ego, de ler nossos mais recônditos pensamentos, esboço uma ‘vingança virtual’: - “Você não entende nada”. Logo, porém, sou levada a ‘cair na real’, pois a sábia senhora é mais rápida do que eu: - “Deixe de ser pretensiosa. Você não tem pena de seus blog... como é que se chamam mesmo os leitores de blogs?” – “Agora você me pegou: não sei responder. Mas, se quem escreve é blogueir@, quem lê deve ser bloguista, não acha? Vejamos, se quem tem Banco é banqueiro...”. – “Pra mim, chega. Até a próxima”.”

Devo confessar que, salvo quanto aos dois primeiros parágrafos, a crônica perdida era muito diferente desta ‘reprodução’. Meu senso de humor estava mais apurado e a ‘viagem’ me pareceu bem mais divertida. Ou tudo não terá passado de um sonho, já que a crônica não deixou pistas concretas? Quais os limites entre o virtual e o real? Ih, lá vou eu de novo. Acho que estou precisando de umas férias...

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