quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Incesto

Inspiração insolente

persistente envolvente

s’insinua em minha cama

do sonho fugir m’obriga

do sono sair m’instiga

sonambulando obedeço

a perguntar se mereço

parir produtos do incesto.

Acordo sob protesto.

2 comentários:

Eugênia Pickina disse...

"do sonho fugir m'obriga"... Isso diz tanto, querida Suzete! O que o coração conta e o intelecto, por si mesmo, é incapaz de decifrar. Este texto-poema é para sentir, não para pensar... Obrigada por deixá-lo aqui, para os renitentes, os viageiros... Um beijo. Bom final de semana. Riremos, um dia, e re-unidas... Eugênia.

Suzete Carvalho disse...

Olá, Eugênia
Às vezes, quando escrevo semi-acordada, em geral poesias, não chego a entender bem o que está acontecendo, apenas garatujo pra não esquecer. Depois, à luz do dia, nem sempre reconheço logo m/próprias (?) metáforas e tenho que "correr atrás do sentido" daquilo que apenas pressentira.
Afinal, é tão dificil 'acordar', não é mesmo?
Bom domingo e que a "providentia" proteja você e os seus (do presente, do passado e do futuro -"próximo" ou remoto)
Namastê.