segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia da Mulher

Ano passado, nesta data, postei uma mensagem intitulada “Dia Internacional de Quem?. Hoje, tendo acabado de entregar o ensaio “Consumismo – Uma questão de Poder” às organizadoras da Coletânea sobre os “20 anos do Código do Consumidor”, a ser lançada em junho, me ocorre perguntar: A quem aproveitam comemorações como o Dia da Mulher, do Idoso, da Criança, etc.?

Antes de mais nada, por questão de justiça, amor e amizade, devo declarar que nos últimos meses tive a honra e o prazer de escrever esse e outros dois trabalhos (“O trabalho Juvenil como panacéia – Uma desconstrução” e “Segregação Ocupacional da Mulher”) em co-participação com a jurista Patrícia Tuma M. Bertolin, a quem já tive oportunidade de citar no blog
[1] .

Faço o registro como uma homenagem a todas as mulheres, esposas/mães profissionais ou “meras” donas de casa (quando as possuem), que se desdobram em todos os quadrantes da Terra para atender aos homens, a quem nunca foi dedicado um “Dia”, quiçá porque todos os dias/minutos/horas ainda, de certa forma, lhes pertençam.

Mas, honra seja feita também aos homens cuja supremacia tem sido posta à prova nestes novos tempos em que a mulher foi à luta para (re)conquistar o lugar do qual foi desalojada desde os tempos da Deusa-Mãe, com o (des)assentamento androcrático; aos homens de boa vontade que, superando seus próprios preconceitos, se fazem parceiros de todas as horas – não apenas na alegria e na dor – mas, principalmente no trabalho cotidiano do lar, antes reduto (e ônus) exclusivo das mulheres.

Possamos nós, heróis e heroínas anônim@s de todas as idades, raças e credos, encontrar um caminho de equilíbrio de nossas potencialidades para que todos os dias sejam dignos do ser humano, sem que nos precisemos dobrar a injunções dos que se acreditam donos do poder, seja econômico, androcrático ou divino.



[1] Vide “De Rios e agradecimentos”, postado em 13/09/2009

12 comentários:

Anônimo disse...

Eu é que me sinto honrada por compartilhar (textos, dúvidas, alegrias, tristezas...) com um ser humano tão especial e uma pensadora tão humanista e consciente.
Que venham mais trabalhos conjuntos, que para mim têm sido uma delícia de aprendizado!
Patrícia Bertolin (ou, para você, simplesmente "Patinha")

Anônimo disse...

Oi Suzete
Li sua crônica, que achei incrível a sua forma de abordagem de questões que sempre voltam em minha mente.
O caminho do equilíbrio: a chave central desta questão.
Parabéns!
Maristela Ajalla

Suzete Carvalho disse...

Minha querida "Patinha", Doutora ou Professora Patrícia - como você é chamada nos meios acadêmicos -,o aprendizado é recíproco.
O compartilhamento de textos, acredito, tem sido uma decorrência não apenas da troca maior de "dúvidas, alegrias, tristezas", mas de nosso modo semelhante de pensar, ver e sentir o mundo, com suas injustiças e preconceitos no que diz respeito à condição das chamadas "minorias", particularmente a feminina.
Acredito (ainda)que nossa troca de vivências/experiências e conhecimentos está assentada na Vontade intensa de ajudar a construir um mundo melhor para tod@s, vale dizer, no Amor.
Namastê.

Suzete Carvalho disse...

Olá, Maristela, jornalista "desdobrável" e milagreira. Talvez o equilíbrio seja, de fato, a questão central não apenas dessa, mas de todas as questões com que o ser humano se confronta. Ah, se os homens e mulheres pudessem equanimizar sua participação no mundo, deixando fluir suas potencialidades naturais - sem medo e sem submissão ao senso comum ideologizado - quantos benefícios não adviriam para as novas gerações e o futuro do planeta.
Façamos a nossa parte. É o que nos cabe neste "latifúndio", com tantas áreas a serem ainda cultivadas.
Abração.

Eugênia Pickina disse...

Suzete, adorei o seu texto - como sempre! Ele inspira e nos leva à reflexão, mas de forma acolhedora, amorosa. Homens e mulheres juntos, despidos da visão polarizada, movidos pelo respeito às diferenças e por amor às potencialidades que cada ser humano carrega... Esse mundo ainda virá! Além disso, no agora, como você, também penso na necessidade de inserção desses homens, sensíveis, que nos ajudam no cotidiano e partilham conosco a luta em prol de um mundo melhor... PS. Bom, refletir sobre o que você escreve (pondera), isso é sempre um deleite. Logo, aprender fica tão fácil! Obrigada...Bjs e muita luz!

Suzete Carvalho disse...

Olá, Eugênia
Deleite é manter esse contato enriquecedor com mulheres especiais como você, que veem a vida com "Olhos de Ver".
Obrigada pelos momentos de troca e pelas palavras sempre tão amorosas.
Namastê

Ana Paula Andrade disse...

Concordo com sua sagrada visão, estava me sentindo um pouco deslocada. Falei em meu blog (voltado para o Sagrado Feminino) que não concordava com o tal Dia da Mulher. Me desconheci no dia 08/03, enquanto algumas estavam radiantes com o dia eu estava "p. da cara". Ainda bem que não estou louca, ou não sou a única louca, hehehe.
http://clafilhasdalua.blogspot.com

Suzete Carvalho disse...

Olá, Ana Paula
Adorei sua visita e seu comentário. Visitarei seu blog com certeza. Volte sempre para ampliarmos este e outros diálogos.
Abração.

Anônimo disse...

Oi!
Não aceite esse comentário.
Vou contar quem sou.
Não sei se vai gostar.Acho gostoso o mistério,o desconhecido,mas acho que passou da hora de mostrar quem realmente sou.
Moro em São Paulo,há 7 anos. Tenho 21 anos, estou quase formada em licenciatura plena em geografia.
Sou insegura, mas tenho certeza do que sou: burra e preguiçosa.
Com certeza não tenho o minimo do conhecimento que deveria ter,para lecionar.Inclusive aposto,que, meninos e meninas do ensino médio de escolas particulares sabem mais do que eu.
Falta força de vontade,ânimo, responsabilidade.Sei lá.
Muitas coisas que aprendo,simplesmente esqueço.

Eu gosto daqui,porque a primeira coisa que fiz aqui,foi aprender.A segunda e a terceira também foi aprender. A quarta foi me encantar, a quinta me apegar ao lugar e a presença virtual tua.
Comecei aprendendo,já pelo nome do blog.Maravilha!Gostei do lugar...simples na 'decoração',sofisticado nas palavras, nos pensamentos.Certo que em até certos momentos me perco,me enrolo...não entendo.
Outra característica minha, é ser sincera.Algo que talvez em minha inocência de menina, por acabar com o encanto que sou mais do que sou,a Sra não queria minha amizade,não por minha idade,ou por falta de conhecimento,mas por eu ser exatamente como sou.

A Sra. que já escreve tão bem, é sempre inteligente,educada,atenciosa(quase explodi mesmo quando dedicou uma parte da postagem referindo-se a mim.E me encho também quando me responde,é tão maravilhoso isso, essa troca.Hoje li um pouco mais sobre sua história,e o porque do blog.Sensacional!E ah!Esta cuidando direitinho da saúde?Por favor heim!)Talvez não vá querer alguém com o nível bem abaixo do seu.

Ah!Aliás,se me permitir, queria chama-la de senhorita sim, pois apesar da idade, a Sra tem uma mente brilhantemente jovial e mais: é uma mente genial,pois atualiza,encanta,ensina.
Não é uma Sra, a Suzete que "conheço", é a PESSOA com 70 anos, mente ativa,criativa. Deve estudar,lê,posta, se atualiza e repassa um pouco dos maiores e melhores assuntos, os quais deveriam ser prioridade para todos.


Aos poucos vou te conhecendo.E te admirando cada vez mais.A Sra. é tão simpática sabe?Não é do tipo de pessoa que tem conhecimento prá caramba e é arrogante,antipática.Pelo menos pela forma como escreve,pela meiguice e ao mesmo tempo clareza e objetividade com ou como escreve, é essa a minha impressão. E tudo que digo não é pra simplesmente encher teu ego, é o sentimento verdadeiro, e a necessidade de expor isso a você.
Não sou nenhuma intelectual, cheia de cultura.Odeio matemática,e sou péssima em escrita formal e a professora de filosia do 3°colegial me tirou nota pois escrevi bem sobre o assunto,mas sem coesão.*Tal como aqui,começo uma coisa,fujo pra outra,e volto de novo prá mesma*.Não sou jornalista,escritora como suas amigas, mas garanto que posso ser uma amiga e uma fiel leitora (e aluna).


Última coisa,se bem entendi,e se a moça Ana Paula bem entendeu,bem. Concordo com vocês.
Por um acaso, e finalmente, no dia entitulado como o da mulher,foi explicada o porque para tal na tv.
As mulheres lutaram muito,várias operárias tiveram que morrer, prá eles melhorarem as condições de trabalho e aí decidirem homenagear as mulheres.Com todo respeito,grande BOS**,pois que adianta ter um dia para celebrar se ainda existe tantas mulheres sofrendo.Li a manchete de uma pesquisa do IBGE,que mesmo com o nível de escolaridade superior a de muitos homens,as mulheres recebem menos.Esse dado não vi,e as mulheres negras então?
Hipocrisia e comércio. Odeio.

Ah é isso, estou escrevendo faz uns 40minutos,
Obrigada pela atenção,
Abraço,
Camila Villares Clemente.

Anônimo disse...

assim que ler...gostaria de uma resposta...
abraço,
Camila Villares

Suzete Carvalho disse...

Olá, Camila
Gostei muitíssimo de seu comentário anterior e ficaria muito feliz se você me autorizasse a publicá-lo, assim eu poderia responder aqui e @s leitor@s entenderiam o meu lado e o seu.
Abração,
Suzete

Anônimo disse...

...prefiro que não!não gosto de me expor desta maneira. contei prá você,pois achei que devia e porque confio.:)
...se não me leve a mal...

abraço;]
Camila V.