sábado, 17 de julho de 2010

JOGO DIVINO

A sociedade extremamente competitiva e consumista na qual estamos todos inseridos, devido a uma noção cultural que põe ênfase no “ter” e não no “ser”, faz com que determinemos nossos estados interiores pelas circunstâncias, sem que nos apercebamos que os “focos de perturbação” que não nos permitem ser felizes, estão dentro de nós.

Assim, empobrecemos cada vez mais nossas relações conosco mesmos e com os outros, acreditando (ou fingindo acreditar, para preservar nossa auto-imagem) que somos “os melhores” e que temos o direito de ganhar todas as competições e de consumir (no sentido de usar e abusar) tudo que é colocado à “nossa” disposição.

É essa educação egocêntrica que transmitimos a nossos filhos: – “Se perder, agrida”; “Se for agredido, revide”; e assim por diante. E esperamos realmente que eles sejam felizes! Mas como pode ser feliz quem transforma em adversários os companheiros deste incrível “jogo divino” que é a vida? Como pode ser respeitado quem não respeita o outro? Como pode alguém ser tão simplório a ponto de pensar que deve ganhar sempre?

Convenhamos: “não é por aí!”. Melhor parar com essa megalomania geradora de frustrações, com essa violência que só faz gerar mais violência, com essa falsa expectativa de que o mundo é do mais forte, mais rico, mais agressivo. Essa visão destrói o sentido comunitário, amplia os preconceitos, alimenta os focos de perturbação interna que todos sentimos em maior ou menor grau e que se revelam em forma de rancor, inveja, ciúme, medo e insegurança, entre tantas dores da alma.

Traduzir esses sentimentos é o primeiro passo para nos conhecermos interiormente e a melhor maneira de compreender as outras pessoas, independente de sua raça, cor, idade, sexo, crença ou profissão. Como alerta minha eterna conselheira Dona Nena – a quem já tive oportunidade de apresentar aos leitores da Gazeta -, respeitar o outro, seja ele ou ela quem for, e aqui se inserem os animais e a própria Natureza, é a única maneira de sermos respeitados.


Publ. no Jornal Gazeta do Ipiranga, edição de 16/07/2010, pág. C-10

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Remição

Re mi do

do si

do fa la do

sol do,

fa do

fa la do

sol, do

do re mi, do

fa sol la si.


* Possibilidades hermenêuticas (da literal à anagógica):

1 - do - Livre dos problemas que me atormentavam, volto a poetizar.
2 - re - Desbravando arquétipos (em busca do Self).
3 - mi - O carma e o dharma.
4 - fa - (De)grau da consciência (além do ego).
5 - sol - Reinações do Chacra Laríngeo
6 - la - Trono de Krishna/Olho de Shiva
7 - si - Transcendência (das trevas à Luz).

** Para Eugênia, Patrícia, Maristela, Cristina,Sílvia, Alzira e outras 'desbravadoras'.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Atendimento médico-hospitalar

Em depoimento postado em de 27 de abril de 2009 sob o título “Epopéia médico-hospitalar” – ao qual remeto os leitores interessados -, entendi oportuno deixar pública uma experiência vivida no Hospital de Cardiologia TotalCor, que à época julguei surpreendente, em função da sempre criticada questão da Saúde no Brasil.

Pois bem, há exatamente uma semana, me vi na contingência de estar novamente “hospedada” naquela Unidade, agora como acompanhante de meu companheiro, internado subitamente com um problema renal. Uso o verbo “hospedar” propositalmente, porquanto, de fato, o investimento no humano, sem qualquer descuido das providências técnicas necessárias à pronta recuperação dos pacientes, caracteriza o atendimento desse Hospital.

Acredito, feliz ou infelizmente, poder “falar de cátedra” sobre o assunto internação hospitalar, pois (como paciente ou acompanhante), nas últimas cinco décadas, inúmeras foram minhas “estadias forçadas” nos vários hospitais de São Paulo, seja em caráter particular ou conveniado e, a bem da verdade, devo dizer que, na maioria das vezes o atendimento recebido deixou muito a desejar no quesito humano.

Assim, acredito de justiça agradecer e elogiar o empenho de atendentes, enfermeiros e médicos do TotalCor, no sentido de oferecer um atendimento rápido, competente e respeitoso aos conveniados da Amil Saúde – Administradora do Hospital.

Durante a rápida internação, recebemos várias vezes no quarto a visita gentil do funcionário Cristiano Pita de Freitas, que se encarregou de tornar mais confortável e amena nossa permanência, inclusive disponibilizando Revistas e Jornais do dia (à nossa escolha). Deixo de elencar outros nomes, receando pecar por omissão, já que não menos atencioso foi o atendimento de praticamente todas as funcionárias.

Logo após a alta-médica, assinada pelo atencioso Dr. Antonio Luiz Monteiro Galas, - que nos entregou e explicou os resultados de todos os exames realizados -, o Sr. Cristiano que previamente nos havia informado que também teríamos direito a traslado gratuito, nos ofereceu uma refinada cesta de frutas e nos acompanhou até o carro confortável que nos levou de volta à nossa casa, onde, cinco dias após recebemos uma ligação do Hospital, indagando sobre o estado de saúde de meu marido.

Meus cumprimentos a toda a equipe do TotalCor, referência em atendimento médico-hospitalar.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Premência

Se a vida se impõe com violência
enfrentemo-la com veemência
para que perca a virulência
e não nos leve à demência
latência...da existência.