domingo, 18 de dezembro de 2011

Porque a gente é assim?

Lendo a crônica O Sonho dos Ratos, de Rubens Alves, postada no facebook pela jornalista Maristela Ajalla, lembrei de uma frase do dramaturgo Luiz Carlos Cardoso, meu querido amigo: “Porque a gente é assim?”
Provoquei Maristela, também amiga querida: - “Na sua opinião, porque que somos assim? A resposta veio rápida, como sempre: - “Porque sentimos amor e ódio na mesma proporção. Algumas pessoas conseguem mais espaço para o amor, outras para o ódio e muitas lutam para obterem o tão sonhado equilíbrio – a paz interior”.
Na verdade, estava me referindo à “postura” dos ratos que, na crônica, enquanto ameaçados pelo gato, se entendiam muito bem, apesar das diferenças individuais. Mas, assim que o inimigo comum se afastou e o queijo (sim, tinha um queijo grande e amarelo há história) ficou disponível, passaram a “mostrar os dentes” uns aos outros, com vitória óbvia dos mais fortes e a (eterna) exclusão dos mais fracos.
O fato é que amor e ódio convivem conosco, afluindo na medida das circunstâncias, vale dizer, de nossos desejos (aqui entram alguns sentimentos, como a inveja) e interesses (por exemplo, a ânsia pelo poder). Essa, ao menos, é a minha leitura da famosa “ambivalência” detectada por Freud, em especial nas relações familiares.
A meu ver, a metáfora de Rubem Alves passa por aí, e embora nos assemelhemos (inclusive no D.N.A.) a esses roedores, meu consolo é que algumas pessoas lutam (mesmo) para obter o tão sonhado (nosso, não dos ratos) equilíbrio – “a paz interior”, como diz Maristela.

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