terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Natal Concreto

Da noite especial
nasce um poema
não sei se para o bem
não sei se para o mal
do dia a dia o espelho
se reflete no Natal
Natal concreto
com mãe, com filha,
cunhado e neto
agregado (in)discreto
que da festa compartilha
noras genros e família
tem chato gato e sapato
tem parente lá do mato
muito doce e salgadinho
sempre chega mais um prato
tem mágoa tem desafeto
tem presente predileto
ganho do amigo secreto
Natal completo
ambivale o sentimento
pois na festa tão feliz
há tormentos bem sutis
mas também há jóia rara
ninguém sabe que é tão cara
amigo oculto tão culto
que tem nome que é de vulto
velho pobre moça nobre
e também algum esnobe
a mamãe que tudo encobre
de repente desaprova
o olhar irreverente
sorriso dissimulado
beijo abraço
pranto aflora
gente alegre comemora
as crianças querem colo
o amor não tem idade
saudade felicidade
‘stá na hora de ir embora
logo logo há bota fora
do casal mais abonado
do namorado atrasado
do velhinho dependente
curadora a tiracolo
fila andando
atrás vem gente
seja parente serpente
seja um novo bem-amado.

Publ. em m/facebook em 26/12/2011.

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