quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Eu tive um sonho

Talvez pelo fato de haver terminado de escrever a crônica “Carnaval 2010”, a ser publicada na próxima sexta-feira em um Jornal da região, o mote (Carnaval) se aninhou em meu subconsciente como instrumento (ou passaporte) para a compreensão de uma situação que provavelmente eu não estava querendo ver.
Me explico: Sonho muito (dormindo ou acordada) e, por paradoxal que parecer possa, são essas “viagens oníricas” que me permitem colocar os pés no chão e repensar a vida, vale dizer, re-interpretar situações/comportamentos/relações com quem quer que seja (coisas/pessoas/conhecimentos), pois, a meu ver, tudo fala do mesmo.
Por isso, anoto rapidamente ao menos os detalhes que me parecem mais importantes desses “sonhos sonhados”, para posteriormente utilizá-los, seja em prosa ou verso, em meus escritos, o que me leva a novas interpretações.
Mas vamos à motivação desse intróito:
Hoje pela manhã acordei com a vívida lembrança de um sonho que me pareceu, à primeira vista, auto-explicável. Estava eu, meio deslumbrada, numa espécie de camarote protegido por um vidro, assistindo ao desfile de Carnaval de alguma Escola de Samba que se me afigurava muito importante.
Entre as alas, uma personagem vestida com simplicidade (sem máscara, nem fantasia), que identifiquei como a autora do samba-enredo e uma das diretoras da Escola, fazia reverências a algumas pessoas sentadas próximo à pista, proclamando sua admiração e gratidão a elas.
Como eu havia participado de seu trabalho, fornecendo dados técnicos e dando aporte cultural e econômico à Escola, fiquei esperando que ela vislumbrasse meus acenos por trás do vidro, mas Rita (era esse o nome dela), não se dignava olhar em minha direção.
Quando se aproximava a última ala, Rita pareceu me ver, mas em seguida desviou o olhar, dirigindo-se com um “Obrigada, tia Neusa” a uma senhora que se postou à sua frente.
No próprio sonho eu as identifiquei:
Rita, uma mulher/professora especial, a quem tive oportunidade de encontrar várias vezes em uma Ong à qual ambas doávamos voluntariamente nosso trabalho e que, ontem, “casualmente”, (re)encontrei em um comentário ao facebook de um amigo comum.
Neusa, uma senhora a quem conheci em uma palestra/oficina na Casa das Rosas e que, há alguns anos, fez um súbito sucesso com seu blog cultural, após ser entrevistada por Ana Maria Braga.
Enfim, não vou contar minha interpretação do sonho, mas devo confessar que, ao menos num primeiro “olhar” ela não me foi lá muito favorável. Após o café da manhã, meu desânimo aumentou, por motivos que não vêm ao caso.
Pronta a mudar de rumo, inclusive desativando o facebook, me deparo com um comentário a uma postagem feita ontem que, por si só, me reencaminha: Alex, um jovem e generoso amigo virtual, quer saber mais a respeito das filosofias da Índia, tema que me fascina e a cujas pesquisas (inclusive “in locu”) tenho dedicado boa parte de meu tempo e atenção.
Entendendo o fato como uma sincronicidade, volto a repensar criteriosamente meus próximos passos, pois a estrada que vislumbro já não se alonga tanto (ainda que se alargue) e há muito ainda a oferecer como gratidão ao que me foi dado experienciar nesta inefável passagem pela dimensão do tempo...
Ou terá sido a vida tão somente (mais) um sonho?
Namastê.

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