Renovação
Suzete Carvalho*
Há alguns anos, fazendo uma palestra sobre as “Dores da Alma”
a um grupo de rotarianos, eu dizia à plateia que temos muito a aprender com as
crianças, quando fui interrompida por um dos participantes: “Eu não tenho nada
que aprender com meus filhos. Os adultos ensinam, as crianças aprendem.”
Calmamente, perguntei a ele se já havia observado a perseverança e a coragem de
um bebê aprendendo a andar, caindo e recomeçando incontáveis vezes, até que,
como num passe de mágica, dispara a correr pela casa.
A lembrança desse fato me veio à mente quando, procurando um
tema para esta crônica, me dei conta de que o pano de fundo a perpassar esta
primeira edição da Folha do Servidor necessariamente versaria, a par de temas de
interesse específico dos funcionários públicos e/ou associados e associadas,
sobre a nova composição da Diretoria Executiva, a quem competirá gerir os
destinos da AFPESP no triênio 2013/2015.
Assim como os membros que integram os Conselhos Deliberativo e
Fiscal, esses dirigentes trazem consigo toda uma bagagem de trabalho em prol do
servidor público, nas mais diversas áreas, profissionais capacitados que são,
bem como na própria Associação, onde militam há anos, alguns há décadas. Toda
essa dedicação, conhecimento e luta inconteste, como de resto a de seus
antecessores, e a experiência na “própria carne” dos problemas que afetam a
classe, sinalizam uma profícua gestão.
Quero crer que as lembranças que inspiraram o caminho desta
crônica se referem ao fato de que, a meu ver, não existem “passes de mágica”, pois
toda conquista pressupõe trabalho árduo, com tropeços e recomeços que
solidificam a experiência. Saber
repensar os passos (que foram) dados, sem perder de vista o ânimo que os moveu
ou desmerecer os erros neles contidos e recomeçar, imprimindo aos novos passos
a firmeza advinda da experiência – sim, as crianças têm muito a nos ensinar –,
essa, sim, é a magia da vida, que se revela no amor de quem se doa de alguma
forma, seja à família ou a uma causa na qual acredite.
Tal qual a Natureza que, cíclica, se renova a cada estação, a
sociedade como um todo – da qual as Organizações são reflexo – tem na renovação
de dirigentes eleitos por maioria, uma de suas feições mais democráticas. Outra
característica básica da democracia é o cumprimento efetivo da legislação, cuja
eficácia está afeta ao respeito à dignidade de todos os cidadãos e cidadãs, sem
omissões ou discriminações de qualquer espécie.
Essa é a causa que nos une.
*Associada da AFPESP e ex-presidente de Associação de Classe,
a autora é pós-graduada em Filosofia do Direito e Direito do Trabalho pela USP
e tem cerca de trezentas publicações em Jornais, Revistas, Livros e Sites, parcialmente
disponíveis neste blog e na Página NOVA ELEUSIS do
facebook.
**Publ. in “Folha do Servidor Público”, edição 243,
fev/20113, pág. 10.
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