sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Campanha pelo fim da Violência contra a Mulher


Em apoio à campanha “16 dias de ativismo na luta pelo fim da violência contra a Mulher” – de 25/11 a 10/12 -, encampada por 33 países.
 
 
“Se à agressão física acrescentarmos as injúrias a que as mulheres têm sido sistematicamente submetidas por via de piadas que (ainda!) fazem a ‘delícia’ dos machistas de plantão; os constantes assédios de que são vítimas em vias públicas, transportes coletivos e ambientes de trabalho; o salário geralmente inferior ao dos homens no desempenho de funções iguais; a dupla (ou tripla: emprego, casa e filhos) jornada de trabalho da grande maioria; os estereótipos de 'fofoqueira', 'consumista', 'irracional', 'frágil' e tantos outros que lhe são impingidos; a conclusão será de que absolutamente todas as mulheres, em vários momentos de suas vidas, sofrem alguma espécie de violência.
(...)
Condicionados pelo sistema e ao sistema, nos deixamos aprisionar, inermes, pela lógica do preconceito. Entendendo o processo, devemos estar atentos para o fato de que, ao contrário do que acreditávamos, a opinião pública e, consequentemente, a nossa, não é construída por nós, mas tem sido sutilmente moldada por estratégias de poder.”

 

Excertos da II Parte de m/livro “O Olhar da Caprichosa – Inveja, Preconceito e Fenômenos Afins” (no prelo)

 

domingo, 24 de novembro de 2013

Reciclagem


R e c i c l a g e m 

 

“Manhã cinzenta e preguiçosa 

águas poluídas da lembrança 

se aproveitam e tentam 

inundar-me a mente  

reajo instantaneamente: 

Vade retro, Satanaz, 

abordagem desastrosa, 

da reciclagem sou az! 

Preparo um tiro certeiro 

me atiro de corpo inteiro  

a competente chuveiro 

e sob a água corrente 

lanço-me à aventura 

brincadeira que me apraz 

de empreender releitura 

dessa malfadada história: 

transformo em literatura 

a lembrança impertinente

que agora, sob o ralo, jaz.” 

 

sc/24/11/2013.

 

 

 

 

 

E cheia de esperança 

 

domingo, 17 de novembro de 2013

T é d i o


T é d i o 

“Entediada 

na ausência   

de inspiração 

pela janela 

espio e sorrio 

ante a visão  

engraçada 

de uma cadela 

apressada 

e uma dona  

que inocente 

tenta segurar 

a corrente 

toda crente   

de que é ela 

quem a leva  

a passear.” 

 

sc/ 17/11/2013.

 

 

 

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sobre máscaras e más caras


                                               Sobre máscaras e más caras

 

                                                                                                                   Suzete Carvalho*

 

Há mais de uma década, escrevi uma crônica sob o título “Máscaras de Si”, publicada em outro periódico, na qual eu dizia que “as pessoas são interessantíssimas. Máscaras, de fato, de si e para si mesmas.” Hoje, assistindo a um vídeo sobre a violência de alguns mascarados infiltrados em manifestações legítimas para tentar desestabilizar a ordem democrática, retomo o tema.  

Preocupada com o rumo que a crônica vai tomando, minha conselheira Dª Nena trata de me alertar: “Não diga que você vai enveredar pela política. Não é do seu feitio.” – “Agora te peguei, minha cara: “O ser humano é um animal político e, aliás, é basicamente isso que o diferencia dos irracionais. Mas o assunto que me move hoje são as máscaras de que, queiramos ou não, cada um(a) de nós se utiliza no dia a dia como mecanismo de defesa ou, principalmente, de ataque.” 

Por uma dessas “coincidências significativas” que Jung denominou sincronicidades, nesta altura da crônica recebo via facebook o poema “Striptease”, de autoria da inspiradíssima Zélia Guardiano: “Desnudar a alma/ Deixá-la nua/ Em pelo/ Em pleno palco/ No meio do mundo/ Onde/ Qualquer nobre/ Ou/ Qualquer vagabundo/ Pudesse vê-la// Mostrar as vergonhas:/  Excessos/ Faltas/ Rugas/ Asperezas// Quem será tão artista?”.

Sim, poeta, é por isso que usamos máscaras quando nos apresentamos no teatro da vida! Artistas medíocres que somos, não ousamos desnudar nossas “vergonhas” ante a plateia – seja ela externa ou interna -, por medo de não sermos aceitos, já que não nos aceitamos a nós próprios(as). Adotamos uma máscara que a todos confunde e a incorporamos de tal forma que passamos, qual Narciso(s), a acreditar na imagem refletida no lago de nossas emoções. 

Já que o “espetáculo” não pode parar, nossa arte maior consiste em camuflar a realidade e apresentá-la de forma a preencher nossos interesses ou, se preferirem, nossos egos. Esse o lado perverso da vida de alguns políticos ultrapassados, que fazem de suas tribunas – inclusive a midiática - um palco de projeções de suas próprias mal-dissimuladas “ru(s)gas” e mazelas, sua cobiça e inveja, seu medo de perder o status e ser lançado ao ostracismo.

 

*Suzete Carvalho escreve neste espaço toda segunda sexta-feira do mês. Alguns de seus escritos em prosa e verso podem ser acessados e comentados no facebook e no blog www.novaeleusis.blogspot.com

**Publicado no Jornal “Gazeta do Ipiranga”, 08/11/2013, pág. A-3.

 

 

 

 

 

 

 

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Justa homenagem


Não poderia deixar de compartilhar a justa homenagem que será prestada pela OAB à m/grande amiga e parceira Dra. Patrícia Tuma Martins Bertolin, por seu empenho na luta pela igualdade de gênero e combate às injustiças sociais.  O prêmio “Maria Immaculada Xavier da Silveira” será entregue no IX Encontro Estadual da Mulher Advogada”, a ser realizado em 30/11/2013 no auditório Ruy Barbosa da Faculdade Mackenzie.

Não poderia deixar de lembrar, ainda, que em 2010, tive a honra de publicar três Ensaios em livros jurídicos, em co-autoria com a Professora Patrícia: “A segregação ocupacional da mulher: será a igualdade jurídica suficiente para superá-la?”, in “Mulher, Sociedade e Direitos Humanos”, Sp:Rideel, 833 pág.;  “Consumismo: Uma Questão de Poder”, in “Código de Defesa do Consumidor -20 Anos”, SP:LTr, 461 pág.  e  “O Trabalho Juvenil como Panaceia: uma Desconstrução”, in “Estatuto da Criança e do Adolescente – 20 Anos”, SP;LTr, 496 páginas. 

Motivos suficientes para me sentir feliz... não acham?

 

domingo, 3 de novembro de 2013

O elevador


“A secretária, precisando dar um recado urgente, chamou o elevador “privativo” do Tribunal.  Quando as portas se abriram, só teve tempo de ver o olhar “superior” da autoridade e ouvir: “Fecha!”.  Mais um olhar, agora angustiado, da ascensorista obediente, e um quase inaudível “Cuidado!”. Não teve tempo de desviar, nem de dar o recado a tempo. Só sentiu a intensidade da dor, quando o chefe imediato desferiu o golpe final: “Incompetente”.”

 

sc/03/11/2013

Da série “microcontos macrorrealistas”.